Primeiro imuno-oncológico para tratar câncer de pulmão é aprovado no Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Opdivo (nivolumabe) para o câncer de pulmão localmente avançado ou metastático e o melanoma metastático. 

A expectativa é que Opdivo, da biofarmacêutica Bristol-Myers Squibb, esteja disponível para comercialização ainda este ano, assim que for concluída a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

O nivolumabe é o primeiro imuno-oncológico disponível no Brasil para pacientes com câncer de pulmão. O remédio oferece a possibilidade de atingir até o dobro da sobrevida em comparação ao tratamento disponível atualmente no mercado.

A terapia também recebeu aval para tratamento do melanoma avançado e metastático no país, sendo a segunda aprovação para este tipo de câncer pela Bristol, que lançou Yervoy (ipilimumabe) no Brasil, o primeiro medicamento imuno-oncológico a surgir no mercado.

Segundo a diretora-executiva da AMUCC, a farmacêutica Simone Souza Lopes, o medicamento nivolumabe oferece o dobro de sobrevida em relação ao que temos disponível hoje para o tratamento do câncer de pulmão metastático. “Porém, o que nos preocupa é o alto custo das terapias imunobiológicas. Quanto tempo ainda os pacientes do SUS levarão para terem acesso a estas terapias? Enquanto isso, estamos perdendo vidas”, destaca.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, nos Estados Unidos, cada aplicação do Opdivo custa em torno de R$ 15 mil (R$ 55 mil). No Brasil, o custo costuma cair em 40%.

Clique aqui e veja matéria na Folha de São Paulo.

Sobre o câncer de pulmão e o melanoma

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), há previsão de 28.190 novos casos de câncer de pulmão entre 2016 e 2017, sendo17.330 em homens e 10.860 em mulheres. Estudo conduzido pela Sociedade Americana do Câncer, em parceria com a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), aponta que o câncer de pulmão é a principal causa da morte por câncer entre homens e mulheres em países desenvolvidos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência do melanoma vem aumentando nas últimas quatro décadas. Em 2012 foram mais de 232 mil novos casos em todo o mundo e a perspectiva é que em 2015 esse número tenha subido para 250.178 novos casos. No Brasil a doença representa apenas 4% das neoplasias malignas no país e a estimativa de novos casos para os anos 2016 e 2017 é de 5.670, sendo 3.000 em homens e 2.670 em mulheres*.

* Fontes: World Health Oraganization (Globocan, 2012), Instituto Nacional do Câncer (INCA), Instituto Oncoguia.