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Nós podemos! Eu posso!

Nós podemos! Eu posso!

Leoni Margarida Simm – presidente da AMUCC

CaIAHl6WkAEYajYO Dia Mundial do Câncer está sendo marcado com uma campanha desenvolvida pela União Internacional de Controle do Câncer para o mundo todo com o slogan “NÓS Podemos! EU Posso!”. Nós podemos criar entornos saudáveis, desafiar as percepções, formar bons profissionais, mudar políticas públicas e muito mais. A Campanha nos remete ao “nós” mas também desafia o “eu”. O quanto eu posso contribuir? Qual é a minha parte? Essa reflexão se faz muito importante no momento em que vivemos uma crise de valores em nossa sociedade onde o outro é que não está fazendo a sua parte e não paramos para refletir sobre nosso próprio papel como cidadão.

No Dia Mundial do Câncer, convidamos pessoas interessadas em dar mais tempo àqueles e àquelas que não podem esperar. A doença exige ações e políticas imediatas, pois as chances de sucesso do tratamento aumentam quando há detecção precoce e início imediato do tratamento.

Nos último anos, observamos alguns avanços em nosso país no sentido se buscar uma estrutura à atenção oncológica, com mais hospitais com vocação para tratar o câncer, que requer abordagens diferenciadas, únicas; aquisição de mais aceleradores lineares para radioterapia e incorporação de terapias mais atualizadas. Mas tudo isso se mostra insuficiente para uma doença que cresce a cada dia. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil teremos cerca de 596 mil novos diagnósticos em 2016, onde cerca de 50 a 60% chegarão em estágio avançado, muito devido a nossa incapacidade de fazer detecção e diagnóstico em tempo oportuno, quando o câncer ainda está no seu início.

Também observamos mudanças na forma de olhar para a doença, com menos estigmas e menos mitos. O câncer é uma doença como qualquer outra, apenas ainda não se sabe como chegar à cura. Na medida em que desmistificamos a enfermidade, os pacientes se empoderam e passam a ocupar espaços de participação social, como conselhos, comissões, audiências públicas, comissões etc. visando a construção de políticas públicas mais efetivas.

Contudo, precisamos encontrar caminhos para incorporar melhores terapias no SUS, especialmente para o câncer metastático, que possam garantir mais tempo e qualidade de vida aos pacientes que estão nesse estágio da doença. Existe uma iniquidade na situação metastática: pacientes duplamente discriminados, primeiro por demora no acesso e segundo, por terem chegado tarde, recebem tratamento ultrapassado.

Precisamos encontrar caminhos para o financiamento do SUS. Além de aumentar a participação da União, há alternativas já estabelecidas como projetos de lei na Câmara Federal que buscam tributar a indústria que promove a doença, que cria produtos que são sabidamente nocivos à saúde, para que paguem o custo dos tratamentos, a exemplo da industria do tabaco, que gera um custo de 23 bilhões de reais no SUS com as doenças tabaco relacionadas. Atualmente, essa indústria recolhe algo em torno de 8 bilhões de reais em impostos. Realmente, a conta não fecha!

Por fim, nos juntamos ao movimento que busca a fabricação imediata da substância fosfoetanolamina sintética, seja para concluir a pesquisa clínica, seja para disponibilizar àqueles pacientes que assumirem a responsabilidade pelo seu uso. A falta de valorização da ciência em nosso país pode estar fechando as portas para uma alternativa que tem potencial para revolucionar a forma como tratamos o câncer.

Precisamos lutar pelos direitos das pessoas com câncer, pois juntos somos mais fortes!

 

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