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Apesar de ter 95% de chance de cura, câncer de mama ainda é o que mais mata mulheres

Apesar de ter 95% de chance de cura, câncer de mama ainda é o que mais mata mulheres

Mulheres contam como enfrentaram o diagnóstico e a vida depois da doença

No entra e sai do Hospital Santo Antônio, em Blumenau, cada paciente carrega as angústias e os medos de um diagnóstico. Envoltas entre centenas de pessoas que cruzam a porta da unidade todos os dias, estão 511 mulheres que travam – em outubro de 2019 – uma batalha contra o câncer de mama. O diagnóstico assusta por ser o tipo de neoplasia que mais as mata no Brasil. Somente no ano passado, foram 16,7 mil vidas ceifadas no país pela doença. Ao mesmo tempo, tem 95% de chance de cura se detectada precocemente.

Enfrentar o tratamento não é fácil, garante a psicóloga Adelita Bahr, voluntária há cinco anos na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau. O corpo e a mente reagem diante de um turbilhão de dúvidas sobre o que pode acontecer. Vou perder o cabelo? Precisar tirar uma mama? Quais os efeitos colaterais dos remédios? O que vou deixar de fazer? Minha família vai me apoiar? Essas são perguntas frequentes quando a mulher se depara com o câncer de mama.

Persistência e otimismo para enfrentar a doença

Sônia passou por cinco diagnósticos de câncer(Foto: Patrick Rodrigues)

Sônia passou por cinco diagnósticos de câncer(Foto: Patrick Rodrigues)

Sônia Maria Gandin Corrêa, 60 anos, recebeu o primeiro diagnóstico em 2012. Ela não esconde que chorou junto com o marido dentro do consultório. Quando deixou a sala do médico, estava com medo e profundamente abalada. Precisou de quimio e rapioterapia. Fez mastectomia e reconstrução das mamas. Daquele dia até hoje, a batalha nunca cessou. Nesses sete anos, foram cinco diagnósticos de câncer, não só de mama, mas também de pescoço.

Eu sou teimosa, vou vencer – diz sorridente.

Aceitar e lutar se tornou o lema de Sônia. Na rotina corrida entre uma consulta e outra, ela dedica tempo a ajudar os outros com ações simples, mas que ela conhece bem a importância, como estender a roupa para uma amiga doente. A força para superar as imposições da doença e fazer mais pelo próximo veio de um sonho.

– Quando recebi a notícia de que eu teria uma netinha, eu fique muito feliz. Isso era tudo o que eu queria. Ouvi-la me chamando é uma alegria – conta a aposentada.

Sonhos – como ser avó, fazer uma viagem ou desenvolver um projeto -, são apontados como uma ferramenta para passar pelo tratamento com mais força, defende a psicóloga da Rede Feminina de Blumenau. Olhar para trás e analisar todos os desafios já vividos e superados também dá força na caminhada, reforça Adelita ao dar um conselho a quem acaba de receber o diagnóstico:

– Ela precisa acreditar em si e olhar ao redor as pessoas que a amam, estão preocupadas com ela e que estão juntas nessa caminhada da vida – reitera a psicóloga.

Após o diagnóstico, o milagre da vida

Liliane contraria expectativas e engravida após tratamento(Foto: Patrick Rodrigues)

Liliane contraria expectativas e engravida após tratamento(Foto: Patrick Rodrigues)

O olhar de encantamento pela barriga que cresce é de quem ouviu por inúmeras vezes que a probabilidade de engravidar era pequena. O motivo? Liliane Marque de Vargas Krause, 34 anos, passou por tratamento quimioterápico contra um câncer de mama. Em decorrência dos medicamentos, teve a fertilidade diminuída. Ela descobriu o nódulo durante o autoexame, em casa, em 2011. O diagnóstico foi confirmado quando ela completava um mês de namoro.

O primeiro medo foi o de morrer. Mais tarde, quando entendeu que as chances de cura chegam a 95% se a doença é detectada cedo, mudou de preocupação. Ela já tinha uma filha, mas o casal nutria o sonho de aumentar a família.

– Muitos médicos disseram que isso seria praticamente impossível. Eu já nem esperava mais. Mas aí meus seios começaram a inchar e comentei na Rede Feminina se não poderia ser gravidez. Sai dali e fiz o teste – relembra.

A gestação está no sexto mês, e o bebê cresce saudável como a mãe. Liliane concluiu o tratamento após um ano do diagnóstico. Ela conta que o processo foi dolorido. Perdeu o cabelo, precisou retirar parte de uma mama e encontrou apoio no marido e na filha. Aliás, a adolescente foi a primeira a suspeitar que a mãe estivesse grávida do tão desejado irmão.

Nunca imaginei que pudesse me sentir tão completa depois de um período tão difícil – afirma Liliane.

A ginecologista e obstetra da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau, Stephani de Brito Augusto, define o caso como exceção. Isso porque a taxa de gestação entre pacientes que fizeram tratamento quimioterápico é de uma para cada três mil.

– Sabemos que após a paciente passar por um tratamento de câncer ela tem a função ovariana alterada. Então é um evento possível, porém muito raro – afirma.

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Fonte:  nsctotal.com.br
Notícia publicada em: 11/10/2019
Autor: Talita Catie

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